APÓS IGNORAR CRISES DE TOSSE, CANADENSE DESCOBRE CÂNCER RAR0 AOS 22 ANOS
Crises de tosse, veias saltadas e azuladas. Foi assim que a canadense Magdalena Bujalski descobriu um câncer aos 22 anos
de idade. De acordo com a jovem, os primeiros sintomas surgiram em janeiro de 2019, mas foram confundidos com bronquite
e pneumonia e, só em março do mesmo ano, ela diz ter sido diagnosticada com um câncer avançado: linfoma primário de
células B do mediastino.
O mediastino é o espaço existente entre os dois pulmões que comporta estruturas como a traqueia, o coração, o esôfago, o
timo, parte dos sistemas nervoso e linfático, e é envolto por um saco, que possui linfonodos. Este último é constituído
por linfócitos que são encontrados por todo o corpo, são responsáveis por defender o organismo, mas podem atacar a si
mesmo, provocando linfomas.
"O linfoma é considerado raro, um tipo de câncer que é mais comum em mulheres abaixo de 30 anos", explica André Murad,
oncologista e professor de oncologia da Faculdade de Medicina da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
A tosse é provocada pela compressão que os linfonodos aumentados fazem nos brônquios, causando incômodo que desencadeia
esse reflexo. Além disso, pode haver um acúmulo de líquido entre as pleuras (tecido que recobre o pulmão).
Assim como em Bujalski, um dos principais sintomas desse tipo de câncer são veias mais inchadas com tons azuis ou verdes
e fadiga. Isso acontece porque os linfonodos começam a comprimir a drenagem venosa, provocando inchaços, alteração da
coloração e tamanho.
A canadense conta que demorou quase dois meses para descobrir que o problema era câncer. Alguns médicos, segundo ela,
trataram o quadro como pneumonia e infecção pulmonar. Segundo Murad, um dos erros mais comuns é tratar a condição como
pneumonia e começar o tratamento com antibióticos, como Bujalski relata. "A pneumonia não se manifesta no mediastino, e
sim, no pulmão. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, mais eficaz será o tratamento", alerta.
O especialista ressalta que detectar esse tipo de câncer é possível em exames de tomografia, que mostram o alargamento
do mediastino. Depois desse processo, é feito uma biópsia para "fechar" o diagnóstico.
Tratamento O tratamento é feito com quimioterapia, radioterapia ou imunoterapia. Dependendo da gravidade ou evolução da
doença, pode ser feito até transplante de medula. Normalmente, todos os cuidados duram em torno de seis meses e, se for
descoberto de forma rápida, há chances de cura. Magdalena Bujalski alega estar no estágio IV do câncer, ou seja, o mais
avançado. Mesmo assim, Murad explica que o tratamento também pode levar à recuperação da paciente.
Fonte: Uol Notícias
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