Personal Oncologia realiza Roda de Conversa para discutir Câncer de Mama
Este estudo de modelagem de micro-simulação de custo-benefício comparou os custos e os efeitos no tempo de vida dos
testes de alto risco (multigênicos) de todos os pacientes com câncer de mama não selecionados (estratégia A) com o teste
BRCA1/BRCA2 com base no histórico familiar ou critérios clínicos (estratégia B) em populações do Reino Unido e Estados
Unidos.
Com base nos dados de 11.836 pacientes com câncer de mama no Reino Unido, EUA e Austrália que foram testados para
variantes de alto risco nos genes BRCA1, BRCA2 e PALB2 - juntamente com informações sobre estratégias de triagem e
intervenções relacionadas para aqueles com variantes relacionadas ao câncer nesses genes - os pesquisadores concluíram
que a abordagem não selecionada era rentável para as fontes pagadoras e para a sociedade em cerca de 98 a 99% das
simulações do sistema de saúde do Reino Unido e entre 64 e 68% das simulações feitas no contexto do sistema de saúde dos
EUA.
Os pesquisadores projetaram que os testes dos genes BRCA1, BRCA2 e PALB2 em todas as pacientes com câncer de mama ao
longo de um ano poderiam se traduzir em 2.101 casos a menos de câncer de mama ou ovário, por exemplo, e 633 mortes
relacionadas no Reino Unido. Nos EUA, a mesma análise sugeriu que um ano de testes não selecionados poderia impedir mais
de 9.700 casos de câncer e 2.406 mortes por câncer de mama ou de ovário.
Essas descobertas apóiam a mudança da política atual para expandir o teste genético para todas as mulheres com BC e
encontram apoio através de um outro estudo
(https://ascopubs.org/doi/full/10.1200/JCO.18.01631) no qual pesquisadores
liderados por Peter Beitsch, MD, do Dallas Surgical Group – TME / Breast Care Network, descobriram que 50% das pacientes
cujo câncer de mama tem uma variante clinicamente acionável ou provável variante patogênica, conforme determinado por
testes genéticos expandidos, podem estar negligenciado pelas diretrizes atuais de teste.
O estudo analisou dados de 959 pacientes com câncer de mama que ainda não haviam sido submetidos a testes genéticos.
Cerca de metade desses pacientes atendeu aos critérios da National Comprehensive Cancer Network (NCCN) 2017 para testes
genéticos.
Os participantes foram submetidos a testes genéticos com um painel multicâncer de 80 genes, 11 dos quais (BRCA1, BRCA2,
ATM, CDH1, CHEK2, NBN, NF1, PALB2, PTEN, STK11 e TP53) são citados nas diretrizes de gerenciamento da NCCN. Os testes
detectaram variantes patogênicas ou prováveis patogênicas em 83 dos pacientes (8,65%), incluindo 45 (9,3%) daqueles
que cumpriram as diretrizes de teste da NCCN e 38 (7,9%) daqueles que não o fizeram. Os pesquisadores determinaram que
não houve diferença estatisticamente significativa nos casos positivos entre os dois grupos.
Estes resultados indicam que quase metade das pacientes com câncer de mama com uma variante [patogênica / provável
patogênica] com diretrizes clinicamente acionáveis e / ou gerenciais em desenvolvimento não são atendidas pelas
diretrizes atuais de testes.
Analisando todos estes dados em conjunto, a recomendação mais lógica é a que todos os pacientes com diagnóstico de
câncer de mama devam submetidos a testes em painel expandido. Na minha visão pessoal o ideal é que o painel germinativo
escolhido para os testes contemple todos os genes potencialmente responsáveis por câncer de mama hereditário, quais
sejam: BRCA1, BRCA2, ATM, CDH1, CHEK2, NBN, NF1, PALB2, PTEN, STK11, and TP53, conforme o recomendado pelas diretrizes
do NCCN.
André Marcio Murad MD, PhD, Post-Doc
Professor Adjunto-Doutor Coordenador da Disciplina de Oncologia da Faculdade de Medicina da UFMG e Diretor Clínico da
Personal - Oncologia de Precisão e Personalizada de Belo Horizonte, MG. Diretor Científico do GBOP - Grupo Brasileiro de
Oncologia de Precisão
Fonte: https://jamanetwork.com/journals/jamaoncology/fullarticle/2752373
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